Vestindo a sustentabilidade e o meio ambiente
14:05
Muito mais perto do que a gente imagina, o aumento do número de bazares tem sido significativo nos últimos anos, como uma forte maré que vai de contra a indústria do consumo e o surgimento das lojas “fast fashions” . A consciência e a informação passaram a vestir pessoas que, em busca de ter como pilar a sustentabilidade, passam a adquirir peças de segunda mão e com um baixo custo.
A pesquisa ThredUP 2018 Resale Report nos Estados Unidos aponta que o mercado de segunda mão cresceu 47% em relação anterior, e as vendas no varejo cresceram somente 2% no período. Ainda segundo a pesquisa, a previsão de é de que o mercado de segunda mão gere 51 Bilhões de dólares nos próximos 5 anos (2023), tendo como reflexo o crescimento de 21 vezes mais rápida do que o mercado de consumo nos últimos três anos. O site ainda aponta o perfil do consumidor e como algumas marcas têm se adequado com o surgimento desse perfil.
De acordo com Emilio Saieg Biólogo e consultor ambiental “para o meio ambiente essa medida é benéfica de médio a longo prazo, mas acirra uma competição com as próprias marcas atuais que já estão buscando meios para atuar também na prevenção do meio ambiente, como forma de contra-ataque. É bom também, mas não acredito que a produção vá diminuir”, afirma o Biólogo.
Em relação ao tipo de consumo Suzanna Freitas, blogueira, dona de bazar e estudante de design de moda, a moda é algo muito perene, uma vez que ela pode tem um significado e representa cada um de uma forma, não há um padrão, já houve, mas nos dias de hoje, não mais. A estudante mostra a sua visão de empreendedora dona de bazar e estudante de moda. Afirma da falta de personalidade sobre seguir e consumir tudo o que está “em alta”, sobretudo as pessoas estão cada vez mais sendo personalidades únicas e cada vez uma mais diferente da outra. “É chato, mas ao mesmo tempo legal. Criar é sempre bom, mas para um único tipo de público é desgastante, principalmente porque esse público na maior parte das vezes é maioria e você faz as mesmas coisas várias vezes, porque precisa ter diversidade. Os cortes não mudam, ou quando mudam, são apenas detalhes, as cores só se revezam e fica todo mundo no shopping, que é a passarela de todos, parecendo que estão de uniforme.”
A visão macroeconômica do consumo sustentável no Brasil
A Economista Carolina Yokota Rizzo acredita que o cenário de crise que o País vem enfrentando contribuiu e muito para essa tendência de consumo, e que isso não impactará a economia, pelo contrário “o aumento dos bazares é devido a economia não estar aquecida. As pessoas acabam ou querendo mais dinheiro ou comprar coisas mais baratas. Os bazares de luxo contribuem e muito para a economia circular e acredito que mesmo com esse consumo paralelo, não impactará no consumo da moda atual por ser uma alternativa.”
O universo online e o engajamento, novas ferramentas para vendas de segunda mão
Com o advento da internet e das redes sociais, vender produtos de segunda mão ficou mais fácil. Luciana Ferreira hoje é dona do grupo “Adoro Farm Rio- Bazar" e administradora de mais dois grupos criados em 2015 que somam mais de 40 mil pessoas anunciando roupas da marca famosa carioca, com preços mais acessíveis: “O grupo começou meio que uma brincadeira entre poucas amigas, até que um dia resolvemos abrir para mais pessoas, pensando em dar oportunidade para meninas que não tinham condições financeiras para comprar em loja”, afirma Luciana.
Questionada sobre o engajamento ela afirma ser uma tendência que só tende a crescer, e mesmo não ganhando porcentagem em cima da venda entre membros fica feliz por contribuir com essa troca “de modo geral acredito que todos os grupos de vendas de segunda mão são essenciais para todos, principalmente para quem deseja um produto de boa qualidade por um preço bacana. Acredito que a tendência é só crescer ainda mais esse meio de comercialização.”
Conteúdo por Evelyn Fernandes e Nataly Couto
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